Atotô, Ajuberô! Salve Obaluaê! Salve o grande rei da terra!
Salve o teu silêncio que salva e protege das mazelas do corpo físico
Salve tuas palhas que escondem os segredos da vida e da morte
Tenha compaixão dessa tua filha, ainda aprendiz na jornada da vida
Guarda-me, Pai das moléstias físicas e da alma, da morte prematura e da dor
E se por caso a enfermidade bater a minha porta ou aos meus,
Que eu tenha o entendimento de que não é senão uma oportunidade de transformação e evolução
E que tuas flores sejam o bálsamo a atingir meu coração na resignação do cumprimento dessa prova
Ah, Pai, tu que conheceste cedo o poder do amor acolhedor de Iemanjá
Acolha-me na tua proteção, ensinando-me os mistérios que a vida traz
E os que ficam ocultos sobre o véu da morte do corpo físico
Ensina-me sobre a necessidade de burilamento do meu espírito ainda tão arraigado ao materialismo do mundo
Que o calor do sol, também teu elemento
Aqueça minha alma, se o frio da solidão congelar meu peito
E todo o mundo me virar as costas, assim como fizeram contigo tantas vezes, Pai
Nesses intantes, lembre-me que momentos de reclusão são necessários para o aprimoramento intímo
Mas que eles não serão eternos, portanto devem ser bem aproveitados
E que eu aprenda no silêncio de tua essência, a olhar para dentro de mim mesma
Em busca de meus defeitos e fraquezas, com a coragem necessária para mudar
Tu que conheces os segredos da morte, que nada de tem de fim e sim de recomeço
Permita-me recomeçar, quantas vezes forem necessárias nessa minha caminhada
Assim como Jesus, fez com Lázaro, que Tu me chames a vida novamente
Me abençoando e me mostrando quão venturosa é a oportunidade de um novo começo
E que nessa transformação eu possa ressucitar, mesmo quando ninguém mais acreditar que isso seja possível
Que teu xaxará afaste para longe de mim toda a negatividade
E que tuas palhas me escondam do mal
Mas ajuda-me, Pai, para que seja eu merecedora da Tua proteção
Vivendo de acordo com a Tua vontade e Teus ensinamentos
Servindo aonde eu passar em Teu nome,
Sendo reconhecida como Tua filha, como Tua serva
Que um dia foi resgatada das trevas, por Tua misericórdia
Obrigada, meu Pai, por iluminar meus caminhos.
Atotô, Obaluaê!
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