Participei desta audiência hoje pela manhã e apesar de lamentar que o foco da
discursão não tenha sido a qualidade do ensino público tive que pensar a postura
das religiões afro-brasileiras neste debate uma vez que a aprovação da lei é
inevitável. Depois de ouvir os diferentes pronunciamentos, constatei mais uma
vez como é frágil a participação e representação do segmento umbandista e
candomblecista nas instâncias de Governo.
Estavam presentes a bancada evangélica e católica com seus pastores e líderes
religiosos devidamente eleitos para defender que nossos filhos tenham aula de
ensino religioso nas escolas públicas. Não é preciso dizer que os mesmos
defendem o ensino religioso porque sendo estes a “maioria” (que eu considero
questionável por discordar dos dados apresentados pelo IBGE) tem as suas
tradições religiosas asseguradas dentro da lei, afinal cumprem o requisito por
ela exigido de formação em teologia conforme está proposto em votação. Nossos
sacerdotes que não tem esta formação como exigência para exercerem seus cargos,
ficam de fora, a menos que sejam filósofos ou sociólogos.
Em minha intervênção propus a criação de um Conselho Inter-religioso que
tenha o caráter consultivo, deliberativo e fiscalizador para que possamos
acompanhar de perto este projeto que será votado e aprovado a despeito de nossa
concordância, pois os interessados são a maioria representada na Câmara,
enquanto nós continuamos com vergonha de eleger os nossos sacerdotes e pouco
apoiamos os religiosos afro-brasileiros que se expõe publicamente para defender
os direitos políticos de nossa religião. Você se lembra de qual foi o ultimo Pai
ou Mãe de Santo eleito em sua cidade??????
Ainda há muito que se fazer, mas chamo a atenção daqueles que insistem em não
querer discutir política e religião para a reflexão que somos obrigados a
cumprir as decisões tomadas nestas esferas do legislativo, pois estas se
constituem em leis as quais todos nós estamos submetidos em nosso dia a
dia!
Assistam ao nosso vídeo e acompanhem o debate e não se assustem se seus
filhos chegarem da escola defendendo outro credo religioso que não o nosso e
ainda se envergonharem de ser religioso afro-brasileiro, isto ocorre porque
ainda nos interessamos muito pouco por política.
Estamos de olho!!!
Postagem original publicada no Blog Tô Legal (http://www.tolegalbr.blogspot.com/)
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